“Não quero deixar de o saudar nesta quadra do Natal em que, em plena festa, a sua solidão lhe deve parecer mais dura do que em qualquer outro momento. Se assim for, regozije-se. Ora pense: que seria uma solidão que não fosse uma grande solidão?
Quase todos conhecem horas que trocariam de boa vontade pela mais banal e medíocre das conveniências, pela aparência do menor acordo com qualquer ser, por mais indigno. Mas talvez essas horas sejam precisamente aquelas em que a solidão se amplifica – e o seu crescimento é doloroso como o das crianças e triste como a ante-primavera. Mas não se importe. Uma só coisa é necessária: a solidão a grande solidão interior.
Caminhar em si próprio e, durante horas, não encontrar ninguém – é a isto que é preciso chegar.”
In Cartas a um jovem poeta de Rainer Maria Rilke
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